01/11/2006

NA CONTRAMÃO DA PRESERVAÇÃO
A Folha de S. Paulo noticiou, e esse blog pesquisou que o Parque Cristalino localizado no norte do Mato Grosso, na divisa com o Pará, poderá ter sua área reduzida por projetos legislativos estaduais. Sua localização geográfica é estratégica para a preservação sustentável de grande área de floresta amazônica, uma vez que dada a exploração desenfreada de madeira tropical, seguida da criação extensiva de gado, agravada pela extração de ouro, tornou-se fronteira entre a devastação provocada pelo modelo econômico tradicional ao sul e grandes áreas virgens ao norte.
Não bastassem as fortes pressões antrópicas que o Parque Cristalino vêm sofrendo há dois anos, traduzidas por invasão de suas fronteiras pela pecuária e por desmatamentos promovidos por assentamentos de terra em áreas adjacentes, um novo tipo de ameaça ronda o parque. Duas mensagens do governo do Mato Grosso e um Projeto de Lei do deputado Nico Baracat (PSB) propõem redução de sua área total, de 184.900 hectares.
As propostas legislativas são resultado de reivindicações de proprietários de terra que se consideram prejudicados pelo processo de regularização fundiária promovido pelo Estado para a ampliação da Unidade de Conservação. O parque foi criado em 2000 e ampliado em 2001.
Ao projeto de Lei, houve substitutivo e emendas que visam conciliar o interesse econômico de pecuaristas e produtores que se ocuparam da região antes da criação da unidade de conservação, bem como implantar um assentamento no local de aproximadamente 22 mil hectares.
A intenção de diminuir o Parque do Cristalino também está causando preocupação entre as ONGs da região. Na semana passada, elas protocolaram uma carta endereçada ao Governador Maggi. A proposta reduz a área em 18 mil hectares.
Enquanto uns poucos se preocupam com o futuro, outros aqui no Brasil não ligam a mínima. E da-lhe destruição.

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